Um dos maiores infortúnios que afligem as pessoas nesta vida é o problema de saúde. Quando falta saúde, a pessoa perde a vitalidade, não consegue trabalhar e isso lhe traz mais infortúnios. Quem é desprovido de saúde não consegue levar avante a vida com vigor e dinamismo.
Vontade (oculta) de ficar doente
A maioria das pessoas destituídas de saúde pensa constantemente em sua condição física, na falta de ânimo e de vitalidade, na anormalidade das funções fisiológicas etc., expressa verbalmente suas aflições e procura suscitar compaixão nos outros. Essas pessoas costumam proferir frases como: “Minha saúde não está nada boa”, “Sofro de indigestão, e a comida me pesa no estômago”, “Tenho um problema cardíaco que me causa muito sofrimento”, “Sinto a cabeça tão pesada que tenho a sensação de estar carregando uma panela sobre ela”, etc. Não percebem que a principal causa de suas doenças é justamente o fato de proferir negativas, de falar somente coisas desagradáveis. Essas pessoas desconhecem o poder da palavra; por isso, não percebem que seu estado de saúde está piorando pelo poder das palavras que elas próprias proferem. No caso de doença da criança, o que contribui para piorar seu estado são as palavras proferidas pelos pais. Preocupados com o filho, os pais falam constantemente sobre a doença dele. Conheço uma mãe que vive alardeando aos outros a respeito do estado doentio do filho e parece orgulhar-se da grande soma de dinheiro que paga ao hospital. Muitos pais não percebem que eles próprios estão enfraquecendo o filho com o poder de suas palavras negativas. O fato é que muitas pessoas têm o hábito de usar palavras pessimistas, negativas, e com isso provocam doenças para si próprias ou para seus familiares (mesmo que não cheguem a provocar doenças, certamente causam fraqueza e desânimo), e não percebem o erro. Com o poder das próprias palavras, essas pessoas formam na mente a ideia de doença e, além disso, fixam-se nela, do mesmo modo que certo tipo de bicho se instala numa concha. Pode-se dizer que, para essas pessoas, a ideia de doença é como um esconderijo onde podem se refugiar. Se a doença desaparecer, elas não somente ficarão sem assunto para conversar, como também se sentirão receosas, pensando que não poderão mais ter como apoio a compaixão dos outros. Por isso, querem permanecer confinadas num “cubículo” chamado doença, que elas próprias construíram, e manter-se tolhidas pela “corrente” de autolimitação. Existem casos em que a pessoa cria a própria doença com o poder da palavra, por ter no subconsciente o desejo de não trabalhar. Podemos dizer que, em última análise, todas as doenças são autoagressões do consciente ou do inconsciente das pessoas. Mesmo nos casos de danos físicos provocados por “fatores externos” de cunho material, como, por exemplo, uma intoxicação alimentar, se analisarmos a fundo o estado psicológico do paciente, descobriremos que ele próprio agiu de modo a esbarrar com tais “fatores externos”. Para que a humanidade fique livre de doença, é necessário banir da mente das pessoas a “vontade oculta de ficar doente”. A “vontade oculta de ficar doente” tende a surgir na mente da pessoa quando é atormentada pelos atritos do lar ou quando o desejo de ser amada por alguém não é satisfeito. Sabemos que a doença sara milagrosamente quando a pessoa se harmoniza com a família, passa a amar a humanidade e se empenha em manifestar o amor a vida cotidiana. Isso porque diante dessa postura mental positiva desaparece a “vontade oculta de ficar doente”, que é a origem das doenças.
Fonte: Do livro Kôfuku Seikatsuron
Nenhum comentário:
Postar um comentário